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RELATÓRIO EVIDENCIA PERDA DE BIODIVERSIDADE DRAMÁTICA NA EUROPA
O tempo esgotou-se. Segundo um novo relatório da Agência Ambiental Europeia, a Europa falhou por uma longa margem os objetivos de biodiversidade definidos para 2020. Só uma ação concertada em várias frentes pode travar perdas ainda maiores na natureza. Próximas decisões políticas podem ser cruciais para inverter a tendência.
“O relatório identifica a agricultura, a silvicultura, a expansão urbana e a poluição como as principais responsáveis pelo declínio drástico da biodiversidade europeia; e inclui algumas conclusões preocupantes sobre a perda de espécies, confirmando a tendência de declínio identificada na última avaliação, há cinco anos”, alerta Catarina Grilo, Diretora de Conservação e Políticas da ANP|WWF.
81% dos habitats europeus estão agora em estado "pobre" ou "mau", com mais de um terço a continuarem a deteriorar-se. Os números são semelhantes no que respeita às espécies: mais de 60% estão em estado “pobre” e “mau”, e um terço delas está em declínio (apenas 6% estão a recuperar). O estatuto mais crítico é o dos peixes e anfíbios: 38% das espécies de peixe têm um estado de conservação “mau” e 50% das espécies de peixe e anfíbios estão em declínio.
Em Portugal, mais de metade dos habitats avaliados apresentam tendências de deterioração. Para os habitats com estatuto desfavorável ou desconhecido, Portugal apresenta a maior percentagem de habitats em declínio (quase 20%) de entre todos os Estados-Membros. Já para as espécies com estatuto desfavorável ou desconhecido, o nosso país tem uma elevada percentagem (mais de 60%) cuja condição é desconhecida, revelando a falta de investimento na monitorização das espécies. Portugal também fica mal na fotografia por se encontrar no grupo de Estados-Membros que ainda só designaram menos de 20% das suas Zonas Especiais de Conservação, no âmbito da Diretiva Habitats.
Este relatório alerta-nos assim para a importância de salvar o que resta da Europa selvagem. É, por isso, essencial que os Estados-Membros reforcem a aplicação das leis de proteção da natureza e que garantam uma maior disponibilidade de recursos financeiros e humanos para essa missão.
Nas próximas semanas, vários encontros políticos podem ser a resposta para inverter esta perda de biodiversidade. A elaboração em curso do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), que irá determinar como Portugal irá aplicar os fundos neste setor, será determinante para mitigar os impactos negativos da agricultura sobre a biodiversidade, e colocar a agricultura nacional no caminho para a verdadeira sustentabilidade.
“Ignorar a ambição da ‘Estratégia Do Prado Ao Prato’ na elaboração do PEPAC, como Portugal está atualmente a fazer, é a receita para continuarmos num declínio vertiginoso da biodiversidade terrestre e dos ecossistemas de água doce, e para termos uma agricultura que não oferece aos seus cidadãos a possibilidade de adotarem uma dieta saudável que respeita o planeta”, defende Catarina Grilo.
O financiamento da Rede Natura 2000 em Portugal, que deverá brevemente entrar em consulta pública, é fundamental para proteger habitats e espécies nacionais de importância europeia. A somar a isto, a consulta pública em curso sobre a Estratégia Nacional para o Mar 2020-2030 é também uma oportunidade para reforçar a ambição nacional de até 2030 proteger 30% das zonas marítimas sob jurisdição nacional.
Assim, a ANP|WWF apela aos decisores políticos para que, com base nos alarmantes dados do relatório “O Estado da Natureza na União Europeia”, apoiem e implementem estratégias sustentáveis de defesa da biodiversidade. São precisas mudanças drásticas nas políticas ambientais da UE. Os dados do relatório falam por si: o tempo para atuar é agora. As próximas decisões podem mudar tudo.
Consulte o relatório completo “O Estado da Natureza na União Europeia” aqui.