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TERTÚLIA SOBRE O PAPEL DA MULHER NAS PESCAS REÚNE CONVIDADAS DA ANP/WWF E CM SETÚBAL

No Dia Mundial das Pescas, o Município de Setúbal e a ANP|WWF promoveu durante a manhã um debate franco e animado sobre o importante papel da mulher no setor das pescas.

No Dia Mundial das Pescas (21 Nov.), a ANP|WWF lançou a sua campanha mais recente no âmbito do projeto Fish Forward, debruçando-se, desta vez, sobre questões de género. Com o apoio da Câmara Municipal de Setúbal, a ONGA promoveu uma Tertúlia entre mulheres no auditório do mercado do Livramento, para refletir, debater e sensibilizar sobre o papel da mulher na indústria do pescado, alertando ainda para a importância da pesca e aquacultura sustentáveis e promoção de boas práticas.
 
À mesa estiveram mulheres implicadas no projeto Fish Forward que vieram comunicar sobre a sua experiência e visão sobre o tema. A moderadora, Ângela Morgado, diretora da ANP/WWF começou por apresentar o motivo principal da Tertúlia a necessidade de refletir e alertar para a fulcral importância das mulheres no setor, “Têm um peso gigante nas áreas da transformação, processamento, venda e também no consumo. São as mulheres que escolhem e asseguram as compras para as suas famílias e têm por isso um papel fundamental na promoção do consumo sustentável”.
 
As mulheres constituem efetivamente o pilar ‘invisível’ da indústria do pescado, em todo o mundo, representando, dentro desta indústria, 70-90% do setor de processamento. Apesar desta representatividade, não desfrutam dos mesmos direitos, salários e oportunidades que os seus colegas homens, ocupando posições subvalorizadas e de baixa qualificação. Um relatório recente da WWF refere que entre as 100 empresas líderes da indústria do pescado a nível mundial, apenas uma tem uma mulher num cargo de direção. Até 2039 prevê-se que este setor duplique, sendo assim natural que a representatividade das mulheres aumente e as suas vozes se façam ouvir em prol duma maior igualdade. (1)
 
A produtora de ostras, Célia Rodrigues, que promove uma aquacultura com preocupações ambientais chamou a atenção para a necessidade de olhar para a produção de ostras de forma mais estratégica, destacando “os riscos ambientais que as drenagens podem ter nesta atividade e o perigo de colocar em risco outras vocações do Estuário do Sado, onde desenvolve a atividade, nomeadamente a de maternidade para numerosas espécies de peixe que aqui vêm desovar e desenvolver-se nos primeiros tempos de vida”.
Rita Sá, especialista de pescas na ANP|WWF destacou o entusiasmo com que viu estes setores atravessarem o seu percurso cruzando-se o ativismo com a condição de mulher. Destacou as “capacidades de resiliência, independência, empreendedorismo cruciais para se processar a mudança e fazer chegar a mensagem às diferentes estâncias que nos governam”. Defendendo a cogestão evidenciou “a importância do envolvimento e implicação de todos os atores do setor para que as mudanças aconteçam”. Foi com esta convicção que convidou Célia a estar presente numa reunião em Bruxelas e destacou que “é assim que se quebram imagens desatualizadas que lá por fora existem. Recebemos um agradecimento direto do Comissário Europeu e permitiu mostrar o que é hoje também a pesca em Portugal”.
O debate contou também com a presença de Gisela Henriques, sub-editora da revista Activa que destacou que as “leitoras se interessam cada vez mais pelo consumo sustentável” e” a Tia Cátia, chef que tem vindo a trabalhar com o projeto a sustentabilidade das escolhas relevou a importância do papel da mulher no seio familiar, por conduzir as escolhas que alimentam literalmente a família.
 
Foi apresentada a versão portuguesa da campanha Fish Forward e o teaser de sensibilização GONE (filme que teve participação voluntária de portugueses e foi filmado também em Portugal) que divulgará a mensagem globalmente: se as boas práticas não forem uma realidade a curto prazo, desaparecerá não só o pescado como todas as atividades associadas ao mesmo. A Tertúlia terminou com uma prova de ostras portuguesas promovida pela NeptunPearl.
 
Com esta campanha, o projeto Fish Forward continua a debater importantes assuntos no universo da pesca sustentável, relembrando que a forma como consumimos peixe e marisco tem impacto no futuro dos oceanos. Verificar as etiquetas, diversificar a dieta, apostar na certificação e recusar consumir ‘peixe bebé’ (espécies abaixo do tamanho mínimo)são as quatro recomendações fundamentais para uma mudança efetiva e responsável de comportamentos e  podem ser consultadas no  http://guiapescado.wwf.pt/.
(1)
https://wwf.panda.org/knowledge_hub/?353458/Policy-brief-Empowering-women-in-marine-communities-to-mitigate-the-impacts-of-climate-change

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