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RELATÓRIO DA ANP|WWF EVIDENCIA LACUNAS NO CONHECIMENTO SOBRE IMPACTOS DOS PLÁSTICOS EM PORTUGAL
O “X-Ray da poluição por Plástico: Repensar o Plástico em Portugal” aponta as deficiências de informação ainda existentes e que impossibilitam a criação de uma estratégia nacional integrada de redução do uso e gestão deste tipo de resíduos, deixando ainda recomendações a implementar em toda a cadeia de valor
“Conhecemos os dados globais: todos os anos produzem-se 345 milhões de toneladas de plástico virgem em todo o mundo. A Europa é o segundo maior produtor de plástico, com cerca de 64,4 milhões de toneladas produzidas em 2017. E em Portugal, quais são os dados disponíveis? Qual é o custo real dos plásticos em Portugal? Para se desenhar uma verdadeira estratégia de economia circular, é essencial que todas as partes conheçam a realidade e se comprometam com o objetivo comum de travar a fuga de plásticos para os oceanos até 2030”, comenta Ângela Morgado, Diretora Executiva da ANP|WWF, sobre o relatório.
O relatório mostra com clareza que uma das principais preocupações no que respeita à poluição por plástico é a utilização de embalagens de uso único, que continua a ser o mais relevante da produção mundial de plásticos. Estes itens, que têm uma vida útil muito curta (muitas vezes de minutos), têm um impacto duradouro no ambiente, podendo demorar centenas de anos a decompor-se. Na maioria dos casos, desconhecem-se ainda os efeitos que esta decomposição (microplásticos e nanoplásticos) tem para a saúde humana apesar de se verificar a sua presença em várias espécies que consumimos, na água engarrafada e em alimentos, mas os impactos nefastos em aves e espécies marinhas são já sobejamente conhecidos.
Em Portugal, e de acordo com dados de 2016, a quantidade de embalagens de plástico declaradas, produzidas ou importadas, foi de 195.902 toneladas. A produção é altíssima, mas de acordo com estimativas globais, a percentagem de itens reciclados no período de 1950-2015, foi apenas de 9%, sendo que 12% foi incinerado. Os restantes 80% ficaram acumulados em aterros e perdidos no meio ambiente.
O plástico é persistente e resistente e, se são essas as características que o tornam num material benéfico para muitas utilizações, são também elas que o tornam nocivo para o meio ambiente. Materiais de plástico, principalmente descartáveis, estão a acumular-se cada vez mais em sítios onde não pertencem, e onde permanecem durante muito tempo. Ao longo das últimas décadas, a procura e a produção mundial destes produtos aumentaram de forma exponencial, sendo que os mais recentes cálculos indicam que mais de metade de todo o plástico foi produzido nas últimas duas décadas, e prevendo-se que este número duplique nos próximos 20 anos.
Sabemos que Portugal está vulnerável à poluição por plásticos: estes constituem a maior percentagem de resíduos presentes no ambiente. No entanto, existem ainda muitos dados, mais específicos, que não foram quantificados e avaliados.
Ângela Morgado acrescentou que o relatório apresenta recomendações para governo, produtores, entidades de gestão, cidadãos e empresas, destacando que “são necessárias estratégias integradas, com participação de todos os setores e atores chave da cadeia de valor do plástico, para a redução da produção de plástico virgem, e isto passa não só pela diminuição da sua produção e do seu consumo, mas também por uma melhor gestão destes resíduos em fim de vida, com mais eficiência e menos perdas. É fundamental que sejam criados guias sobre embalagens para informar melhor os cidadãos sobre quais os plásticos que são fáceis de reciclar e seguros para reutilizar, e que os cidadãos procurem também mais conhecimento sobre reutilização e reciclagem. É essencial integrar todos os stakeholders em estratégias de diminuição do seu uso, pois uma parte não funciona sem a outra. Mais uma vez, todos são essenciais na construção de soluções para o combate à poluição por plásticos”.
Este relatório vem no seguimento do trabalho desenvolvido pela WWF a nível global com a campanha “No Plastics in Nature | Zero Plásticos na Natureza”, lançada no início deste ano e cujo objetivo é travar a fuga de plásticos para os oceanos até 2030. O relatório foi ontem partilhado em audiência no Ministério do Ambiente e Transição Energética, tendo a ANP|WWF pedido tolerância zero para a poluição por plásticos nos oceanos em Portugal.
O novo “X-Ray da poluição por Plástico: Repensar os Plásticos em Portugal” foi realizado com o apoio do Lidl que continuamente tem implementado medidas de redução do uso de plástico na sua atividade, como o fim da venda de plásticos descartáveis e de sacos de plástico em caixa em todas as suas lojas. O trabalho vem no seguimento da necessidade de conhecimento que ambas as entidades partilham para efetivar medidas sustentáveis capazes de operar verdadeira transformação nos negócios, a par com a criação de politicas que apoiem consumidores informados e participativos, numa maior harmonia com a saúde do planeta e o bem-estar das pessoas.
A PONG-Pesca, Plataforma de Organizações Não Governamentais Portuguesas sobre a Pesca, apoia a publicações deste relatório, que vem dar uma perspectiva nacional à poluição por plásticos nos oceanos, uma problemática que afeta, de forma cientificamente comprovada, mais de 270 espécies marinhas diferentes.
Link para Relatório completo:
https://d2ouvy59p0dg6k.
Link para Sumário Executivo (Empresas, Produtores e Cidadãos):
https://d2ouvy59p0dg6k.
Link para Sumário Executivo (Governo e Gestores de Resíduos):
https://d2ouvy59p0dg6k.