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Mar Mediterrâneo continua a sofrer com poluição por plástico

Lisboa, 07 de junho 2019 - O amplo fracasso dos países mediterrâneos em gerir os seus resíduos plásticos está a contribuir significativamente para o Mar Mediterrâneo atingir níveis recordes de poluição por plástico, custando à economia regional centenas de milhões de euros por ano, indica um novo relatório da WWF lançado hoje em antecipação ao Dia Mundial dos Oceanos, que se celebra amanha. Em Portugal, apesar da proximidade, o impacto desta poluição ainda não está avaliado, podendo haver uma contribuição para o problema da poluição por plásticos na costa Portuguesa, mas desconhecendo-se os efeitos que esta acumulação de plástico no Mediterrâneo poderá a vir ter no nosso oceano e na nossa costa.

Novo relatório da WWF aponta o desempenho abaixo da média por parte de todos os países do Mediterrâneo na gestão de resíduos de plástico, resultando na perda de quase 500 milhões de euros por ano e no aumento da poluição deste mar. Portugal pode estar já a ser afetado pela poluição por plástico vindo do Mediterrâneo, mas não existe informação disponível sobre esta transferência de poluição.
 
O amplo fracasso dos países mediterrâneos em gerir os seus resíduos plásticos está a contribuir significativamente para o Mar Mediterrâneo atingir níveis recordes de poluição por plástico, custando à economia regional centenas de milhões de euros por ano, indica um novo relatório da WWF lançado hoje em antecipação ao Dia Mundial dos Oceanos, que se celebra amanha. Em Portugal, apesar da proximidade, o impacto desta poluição ainda não está avaliado, podendo haver uma contribuição para o problema da poluição por plásticos na costa Portuguesa, mas desconhecendo-se os efeitos que esta acumulação de plástico no Mediterrâneo poderá a vir ter no nosso oceano e na nossa costa.
 
Ângela Morgado da ANP|WWF diz que “é por este motivo que precisamos de apostar no aumento de conhecimento sobre a poluição por plástico na costa portuguesa. A ANP|WWF já está a trabalhar neste sentido e em breve apresentará um relatório sobre a poluição por plástico na nossa costa”.
 
Todos os anos, 0,57 milhões de toneladas de plástico entram nas águas do Mediterrâneo - o equivalente a despejar 33.800 garrafas de plástico no mar a cada minuto. A poluição por plástico continuará a crescer, prevendo-se que a produção na região quadruplique até 2050.
 
Ângela Morgado acrescenta ainda que ‘existe muita informação sobre o que se está a passar no Mediterrâneo, mas a situação no Atlântico ainda é maioritariamente desconhecida. Sabe-se apenas que tem havido um aumento substancial no número de plásticos de grande dimensão a flutuar no Atlântico, bem como do número de microplásticos em praias, rios e ingeridos por espécies de interesse comercial. Em Portugal ainda estamos a dar os primeiros passos relativamente ao tema da economia circular e gestão do plástico, mas este é um tema que requer ação urgente, efetiva e consistente para alcançar uma economia circular sustentável de zero resíduos plásticos.’
 
O novo relatório da WWF “Parar a inundação por plástico: como os países do Mediterrâneo podem salvar o seu mar” analisa o sistema de gestão de plástico de todos os países do Mediterrâneo e avalia o seu desempenho no combate à poluição por plástico ao longo da cadeia de valor. As principais falhas e responsabilidades dos produtores, autoridades públicas e consumidores emergem a todos os níveis, contribuindo para um sistema altamente ineficiente, caro e poluidor. A WWF desenvolveu também um roteiro detalhado de políticas e iniciativas que a região e os países individualmente devem implementar para alcançar uma economia circular sustentável.
 
As atividades costeiras são responsáveis ​​por metade do plástico que entra no mar. Todos os dias, cada quilómetro de costa mediterrânica acumula mais de 5 kg de plástico marinho. A Cilícia turca é responsável pela maior poluição costeira no Mediterrâneo. Entre os litorais mais contaminados estão alguns dos principais destinos turísticos, como Barcelona, ​​Tel-Aviv, Valência, a Baía de Marselha e a costa de Veneza, perto do Delta do Rio Pó. O lixo marinho custa ao setor de turismo, pesca e marítimo cerca de 641 milhões de euros por ano.
 
Aterros e incineração continuam a ser os principais métodos de gestão de resíduos em toda a região. Vários países, incluindo a Grécia e a Croácia, ainda precisam implementar impostos para desincentivar o aterro.
 
Para piorar as coisas, muitos dos países que já têm problemas com a gestão de resíduos também estão a importar grandes volumes de resíduos. Isso significa que os plásticos coletados e exportados para reciclagem para essas nações podem acabar em aterros, incineradores ou lixões a céu aberto. Depois de 2018, quando a China restringiu a importação de resíduos plásticos, a Turquia tornou-se um dos dez importadores mundiais de resíduos, principalmente do Reino Unido, Bélgica e Alemanha.
 
Os custos operacionais para empreendimentos de reciclagem permanecem proibitivamente altos devido aos custos de recolha e separação de resíduos, à tecnologia dispendiosa e ao fornecimento limitado de plástico reciclável. Poucos países da região alcançaram taxas significativas de recolha seletiva para o plástico, o que garantiria um fornecimento estável para a reciclagem. A Itália é um dos poucos países que implementou um fluxo separado de recolha de plástico, recolhendo 38% de seus resíduos plásticos. Na Grécia, Turquia e Tunísia, estima-se que 50% dos resíduos recolhidos para reciclagem estão contaminados por materiais não recicláveis ​​e, portanto, perdidos. Países do Sul reciclam menos de 10% de seus resíduos.
 
Este relatório vem reforçar o pedido feito pela WWF para que os líderes mundiais apoiem ​​ um tratado global juridicamente vinculativo para eliminar a fuga de plástico para a natureza até 2030. As autoridades públicas, a indústria e os cidadãos devem unir esforços para construir um sistema de gestão do plástico inovador e economicamente viável.

O relatório completo pode ser visto aqui: http://awsassets.panda.org/downloads/wwfmmi_stop_the_flood_of_plastic_mediterranean.pdf

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