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EUROPEUS DEFENDEM BAIXA NOS PREÇOS DE ALIMENTOS SUSTENTÁVEIS

A ANP|WWF lança hoje os resultados de um inquérito europeu que mostra que os europeus estão conscientes das mudanças que são necessárias para alterar a forma como produzimos os nossos alimentos - e contam com os governos nacionais para liderar este processo.

Com o aumento generalizado do preço dos alimentos e a expectativa de que continuem a subir, os alimentos sustentáveis e saudáveis[1] estão cada vez mais fora do alcance das pessoas. De acordo com o novo inquérito encomendado pela WWF, 76% dos consumidores europeus defendem que os seus governos deveriam baixar os preços  dos alimentos amigos do ambiente, e metade é a favor de tornar os produtos alimentares insustentáveis mais caros.
 
Portugal faz parte desta amostra e os portugueses foram claros no que diz respeito às suas expectativas sobre as políticas públicas para garantir uma alimentação sustentável: 83% dos inquiridos portugueses referem que o governo e/ou a União Europeia devem agir para baixar os preços dos alimentos sustentáveis, e que devem ser estes dois organismos a informar os consumidores sobre o impacto ambiental dos alimentos através de rótulos ambientais credíveis. Por toda a Europa, as questões da sustentabilidade alimentar têm preocupado cada vez mais os europeus. A amostra em Portugal destaca-se neste ponto já que 60% dos portugueses que participaram neste estudo dizem que este é um tema cuja importância cresceu nos últimos 12 meses - é o país com a percentagem mais alta. 
 
A redução do consumo de proteína de origem animal também foi um dos tópicos analisados e Portugal destaca-se da restante amostra, já que 57% dos inquiridos portugueses (contra 47% dos europeus) defendem que o governo ou a UE devem encorajar os cidadãos a consumir menos produtos de origem animal (como a carne, leite, ovos, etc.) e estariam dispostos a apoiar algumas políticas mais restritivas nesse sentido. 
 
Para Catarina Grilo, Diretora de Políticas e Conservação da ANP|WWF, "os portugueses e os restantes europeus querem mudar a forma como se alimentam e estão disponíveis para
 
 
fazê-lo, e este é o segundo ano consecutivo em que vemos esta vontade expressa. Urge que governos e a UE compreendam esta necessidade e encontrem formas de apoiar as pessoas no
acesso a alimentos sustentáveis e saudáveis. O cenário atual, com a inflação crescente e o contexto de guerra, expôs mais uma vez as deficiências dos nossos sistemas alimentares e a dependência da UE em fatores de produção agrícola importados. A futura Lei dos Sistemas Alimentares Sustentáveis da UE é a única oportunidade à vista para abordar estes problemas".
 
Até ao fim do próximo ano, a Comissão Europeia estará a trabalhar num quadro legislativo para os sistemas alimentares sustentáveis. Esta lei, que faz parte da Estratégia Do Prado ao Prato, visa integrar a sustentabilidade em todas as políticas relacionadas com os alimentos, ao mesmo tempo que aborda as ligações entre pessoas, sociedade e um planeta saudável.
 
Na semana passada, a WWF lançou o relatório e a plataforma The Great Food Puzzle que apresenta um quadro para acelerar o desenvolvimento e implementação de planos nacionais para transformar a produção, consumo, perda e desperdício de alimentos. Este relatório identifica 20 oportunidades de transformação que podem ser aproveitadas em todos os sistemas alimentares, permitindo avaliar a potencialidade de cada oportunidade de acordo com o contexto nacional. São, por isso, uma ferramenta para ajudar os governos a decidir onde devem concentrar os seus esforços para obter maior impacto na transformação dos seus sistemas alimentares nacionais.
 
“A produção alimentar é uma das ferramentas imediatas que temos para mudar e desacelerar o aquecimento global - e, tal como indicado no Relatório Planeta Vivo, uma das principais razões para a perda de biodiversidade e natureza nos últimos 50 anos. Os objetivos globais estão estabelecidos e são bem conhecidos de todos, mas a implementação terá lugar a nível nacional e os governos precisam de assegurar que estes planos de ação nacionais são ambiciosos”, reforça Catarina Grilo.
 
Nota para os editores:
 
O inquérito foi conduzido pela consultora Savanta ComRes através de um painel online em junho e julho de 2022. O inquérito foi respondido por 19.922 adultos em doze países europeus. Os dados foram ponderados em cada país por idade, sexo, região e grau social para serem representativos a nível nacional. Todos os países foram ponderados para serem igualmente representados no total europeu combinado.
 
[1]  Alimentação Sustentável ou Dietas que Respeitam o Planeta são padrões de consumo com benefícios para a saúde humana e com reduzidos impactos ambientais. São baseadas em ingredientes saudáveis e sustentáveis, produzidos dentro dos limites do planeta e adaptáveis aos contextos locais. Estas dietas desencorajam o consumo excessivo de qualquer alimento, uma vez que esse consumo tem um impacto negativo na biodiversidade, no ambiente e na saúde humana. A redução do consumo excessivo de alimentos de origem animal, ao aumentar o consumo relativo de alimentos de origem vegetal, confere benefícios tanto ambientais como de saúde.

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