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MÉRTOLA ACOLHE JORNADAS SOBRE A MONITORIZAÇÃO DO ESTADO SANITÁRIO DO COELHO-BRAVO
Nos últimos 70 anos, as populações de coelho-bravo na Península Ibérica diminuíram mais de 90% em resultado de mudanças no uso da terra e da emergência de doenças. Em 2019, a espécie foi declarada como "em perigo de extinção" pela IUCN. Organizadas no âmbito do projeto LIFE Iberconejo, o objetivo destas jornadas é rever os atuais protocolos usados para a monitorização e avaliação do estado sanitário do coelho-bravo em Portugal e Espanha.
O coelho-bravo é endémico da Península Ibérica e espécie-chave no ecossistema mediterrânico, constituindo-se como presa para cerca de 40 espécies de predadores (como o lince ibérico ou a águia imperial) e funcionando como um "engenheiro de ecossistemas" pelo seu papel de modificador de paisagem e dispersor de sementes. Tem também grande impacto socioeconómico como peça de caça menor e por causar danos à agricultura em determinadas zonas de Espanha e Portugal.
Os inquéritos populacionais realizados na última avaliação da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) levaram a que a espécie fosse declarada "em perigo" em 2019, apontando as doenças como a principal causa deste declínio e cujo controlo se revela um fator essencial para a sua recuperação.
Ramón Pérez de Ayala, especialista nesta espécie na WWF Espanha coordenador do LIFE Iberconejo, explica que "há uma grande falta de conhecimento sobre a situação epidemiológica e os efeitos das doenças nas populações de coelho-bravo”. E continua: "Este projcto ibérico e as questões que iremos abordar em Mértola são um passo fundamental para estabilizar as populações de coelhos e recuperar o seu papel fundamental no ecossistema, assegurando que a gestão desta importante espécie mediterrânica não tenha consequências negativas para a agricultura.”
Embora Espanha tenha um Plano Nacional de Vigilância Sanitária da Vida Selvagem que inclui lagomorfos, entre eles os coelhos, e Portugal tenha um pedido de Notificação Imediata de Mortalidade de Animais Selvagens, é necessário desenvolver uma estratégia para monitorizar o estado de saúde do coelhos-bravo à escala peninsular.
As Jornadas Iberconejo apresentarão o estado atual do conhecimento sobre a doença, os sistemas de monitorização de lebres e coelhos que existem em Portugal e Espanha, bem como sistemas integrados de monitorização sanitária e demográfica para outras espécies. A conferência terá lugar a 13 e 14 de setembro de 2022, contando com o apoio da Câmara Municipal de Mértola e da Estação Biológica de Mértola, que irão acolher nas suas instalações as administrações públicas e agentes sociais envolvidos na monitorização do estado de saúde do coelho-bravo na Península Ibérica.
No dia 13 de setembro as apresentações serão realizadas em formato "porta aberta" para o público em geral – em regime de transmissão online das apresentações - e presencialmente para as administrações públicas, peritos externos, oradores, parceiros do projeto e organização.
A 14 de setembro, os Grupos de Trabalho reunir-se-ão para discutir propostas de vigilância sanitária coordenada a nível peninsular, sistemas de recolha de amostras e o tipo de amostras a recolher para que um número suficiente de amostras chegue ao laboratório de referência nas condições apropriadas para a sua análise. A utilização e disponibilidade de aplicações informáticas para a monitorização da situação epidemiológica das espécies será também revista.
Espera-se, assim, resolver a falta de protocolos normalizados de monitorização do coelho-bravo, que servirão de base para definir o estado sanitário da espécie, o que por sua vez fornecerá informação essencial para a implementação das medidas de gestão mais adequadas. As conclusões da conferência serão apresentadas ao recém-criado Comité Ibérico de Coordenação do Coelho-Bravo (ERICC), que chegará a um consenso sobre a definição dos programas de vigilância sanitária dos coelhos e as configurações finais das aplicações informáticas.

Oryctolagus cuniculus